sex, drugs & rock'n roll

Achar a casa da Dessa nem foi tão difícil. Depois de chegar no SP Market fica fácil. É só seguir as placas, quase automático. O dia estava frio, porém ensolarado. Uma delícia. Na portaria, uma lista com os nomes.
- Seu nome, por favor?
- Graziela.
- Hum, não tem nenhuma Graziela na lista, por acaso é a Grazi?
- Isso.
- Pode entrar.
Caraca, porteiros precisam ser mais inteligentes, dãr, Grazi é um diminutivo de Graziela, é tão difícil perceber?!
- Você já veio aqui, né? É só chegar na piscina que eles tão ali perto, na churrasqueira.
- Não, moço, eu nunca estive aqui.
- Ok, é só virar para esquerda e continuar reto.
- Certo.
Instruções seguidas. Encontro a Dessa indo comprar fósforos para acender a churrasqueira. Isso porque já eram 3 horas e a festa começava ao meio dia. Tem uma lojinha lá dentro do condomínio. Após isso, chegamos ao local da churrasqueira. Pessoas, novas pessoas, pessoas que eu não conhecia, pessoas legais. Não, não vou escrever o nome de todo mundo, mas todos são o máximo. Violão, garotos de cabelo comprido tocando Nirvana, cigarettes, mary jane, cerveja, vódega, licor de menta, dreher, 51...
Ainda tava sóbria quando conheci a Mi. Miriam. Piercing igual o meu! Admito que a primeira vez que olhei para ela tive a impressão dela ser super chata. Mera suposição. Cara, essa garota mexeu comigo! Começamos a conversar, ela também trabalha num colégio, é prima do Alê, gente, ela me compreende. Quando a bebida começou a fazer efeito, ninguém nos parava. Parecia que nos conhecíamos a décadas. Linda, linda, linda. Só nós sabemos o que aconteceu naquele banheiro, aquela música, tua voz rouca cantando meio sussurrado em meu ouvido. Linda, linda, linda. Nossas conversas, as melhores. As melhores risadas, os melhores foras naqueles garotos inconvenientes. A sinceridade. O lance de olhar nos olhos, de não conseguirmos mentir uma pra outra. O lance do colar, tu falando tudo aquilo, eu olhando nos seus olhos e colocando o colar em seu pescoço. A brincadeira do 'eu nunca'. Um tipo de verdade ou desafio. Mi, eu não sei exatamente o que aconteceu, mas compartilhamos uma fantástica sintonia. Tu sabes, tu sabes.
Agora a outra parte. O pessoal da faculdade chegou, minha querida Clarah primeiro, depois a Deh e a Carol, com o Rafa, o Bob e o Feh. A pequena Gabi, a grande Dani, altas conversas também. Mas não, nenhuma superou você, Mi.
A essa altura, eu já drunk, let's start to speak in english. Sim, porque quando eu fico bêbada eu começo a falar em inglês. E todo mundo falava inglês! Tinha até um cara de morou na Austrália, ficamos conversando sobre isso, roubei as chaves do carro dele porque tinha um chaveiro da Austrália, foi tando assunto que nem me lembro de tudo, ele mostrou as tattoos dele, a Mi me chamou para ir no banheiro e ele e os amigos dele foram atrás, ele foi me pegando pela cintura e... não, não aconteceu nada. A Mi tava lá. Devolvi as chaves do carro dele. Ele e os amigos dele foram embora. Voltamos eu e a Mi para a churrasqueira.
Música, garotos continuavam tocando, bebida, todos continuavam bebendo, eu sentada no colo da Mi, a Mi sentada no meu colo. Truco, risadas, pessoas gritando. Até que lá pelas 9 e meia da noite, meu celular toca.
- Droga, tenho que ir embora.
- Ah, não!
- Não quero ir Mi, mas tenho que ir, it's so sad. Vai comigo até a portaria?
- Tá bom, mas queria que você ficasse.
Ah, a Mi quase me mata. Linda, linda, linda. Então, quando estamos quase chegando na portaria, encontramos o Tuco. Ele também tinha participado da conversa sobre a Austrália e sobre música. Ele tem uma banda, é baterista. Me chamou pra o próximo show, em Campinas. Chamamos ele para acompanhar a gente até a portaria.
Abraços, mãos dadas, risadas, os 3 bêbados. Ele insinuou que estávamos seduzindo-o. Sugeriu um beijo triplo. A Mi não gostou da idéia. Ele pegou meu anel. Eu fui pegar o anel de volta. Nisso, as coisas começaram a esquentar. Aí a Mi cometeu seu único erro: deixar eu e o Tuco sozinhos. Preciso dizer mais alguma coisa?
Noite intensa, noite intensa. It was so good, he fucking so good. So good. "Ele é fodão, mas eu sei que eu sou também". Sex, sex, sex. Me senti no céu, juro. Deitados no carro, em cima do carro, gozamos, e baby, eu poderia continuar ali a noite toda sem problemas. Enfim, o celular tocou novamente e tive que ir mesmo. Colocamos nossas roupas e nos despedimos. Marcamos de nos encontrar again.
Se eu tô esperando ele ligar? Nem a pau (e que pau, mas isso não vem ao caso agora). Afinal, ele só ficou com o meu anel, o meu coração ficou com a Mi. E eu já liguei pra ela hoje.