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Sabia!!! Não tinha outra possibilidade. Só fui eu dar as costas para ela ir correndo no meu quarto e mexer na minha mochila procurando cigarros. É, cigarros. Qual o problema? Todo mundo fuma; tá exagerei. Talvez você que esteja lendo nem fume, ou pior ache esse ato horrível, esdrúxulo ou sei lá qualquer outro adjetivo que componha algo ruim a esse objeto de grandes, pequenos tragos. Regredindo. Eu fumo e segundo a constituição eu tenho essa liberdade, eu sei as conseqüências; sei e sou louca de fumar (câncer, dentes, pulmões, doenças). Será?. Uma frase de Fernando Pessoa me diz o contrario. Mas foda-se. Falando em constituição deixe-me apresentar. Sou Alice. Faço Direito. Apesar do nome eu não sou sexie. Linda. Interessante. Intensa. Ou inteligente como o nome sugere. Eu tenho essa mania esquisita. Pra mim nome diz sobre a pessoa. Às vezes nem tanto. Na verdade o nome pode dizer ou quer dizer, mas não diz. Por exemplo: Alice. Eu sou Alice e sou ao mesmo tempo avesso ao que o nome quer dizer, quer passar, quer que eu seja. Eu sou conformada e eu fumo, mas não fumo porque têm pessoas que me proíbem. Em alusão ao cigarro já repararam que todos querem te controlar. Pega o cigarro. Todos tentam te proibir desse ato. Coagir. Coerção. Punir. Pare. Constranger. Proibido fumar aqui. Proibido fumar lá. Proibido fumar nas ruas. Não fume. Pare de fumar. Disque 0800... e pare de fumar. É muito não. Acho que a democracia só existe como plano de fundo de uma vida que levamos medíocre. Fingimos que somos felizes e temos liberdade. Pois é. É isso que a minha ‘liberdade’ faz. Porra. Eu tenho 18 anos e não tenho vontade própria. Como eu queria ter personalidade própria. A vida que eu levei - e que eu levo - me tornou alguém sem graça. Fraca. Frágil. Medíocre. Se eu quisesse viver. Viver do jeito que eu acho que seja a vida – porque eu não sei o que é viver ao certo - Teria que abandonar toda essa vida de segurança, conforto, dinheiro fácil, shopping, televisão, internet. Pó, é uma difícil decisão. Talvez nem tanto. Mas é uma ilusão que eu não quero viver. Não quero ser Lester Burham. Ou talvez eu queira. Ele tentou viver. Fumou maconha. Fez ginástica. Trabalhou por diversão. Mas será que ele conseguiu reviver. ???????. O sentimento puro se perdeu. Ele é velho. O tempo de viver intensamente passou. Talvez ele tenha se arrependido tanto que só por um instante antes de morrer ele tenha sido o que queria. Talvez ele não tenha se arrependido. Com certeza não. Viveu:. Sem restrições. Sem nãos. Sem: Coagir. Coerção. Punir. Pare. Constranger. Talvez eu faça isso. Meses vão se passar. Anos se passarão. E talvez eu viverei. Meu deus que medo. Dilema. Eu sei que essa coisa parece um clichê. Porra e que clichê. Quero que você entenda. Uma vez fizemos a brincadeira: olhe para a pessoa e diga o que te vem na mente. Alice. Repressão. Reprimida. Fechada. Caralho. Eu não sou espontânea? Não falo bem em público? Minha vontade foi sair correndo. Por outro lado eu seja (ou sou) bem mal agradecida. Meus pais me amam. Será?. Tenho família. Sempre tive. E eu os amo. Não é uma farsa. Mas eu sinto que tudo isso é um esconderijo. Um lugar que eu me sinto extremamente segura. Mas sem força. Sem ar. Puta que pariu como viver sem ar?! E é assim que eu me sinto. Sem viver. Mesmo tendo a minha querida família. E nem fumar eu posso. Porque?. - Não fume queremos te proteger. - Que decepção, você só traz decepção. Caralho, eu não faço nada! Acho que isso só pode ser carência. Que medo é esse de ficar sozinha? Não seja você. Agrade os outros. Que eles te amaram. Maquiavel é esperto. Mas seja sincero. Ou viverá mediocremente. Ditnado farsas. Frases prontas. Sem raciocínio. Como aquele texto do Machado de Assis. Merda. Não lembro o nome agora. Quero momentos de subversão.