Diante de todo o caos de São Paulo, trânsito, poluição e barulho por todos lados, estar em um lugar calmo, onde o ar tem cheiro de eucalipito e os únicos sons são os dos animais e do vento balançando as folhas, faz com que todas as inquietações fiquem em silêncio. O céu mais azul que já vi, os raios de Sol mais aconchegantes que já senti, uma puta sensação de paz de espírito. A alegria das pessoas que têm o mínimo possível para sobreviver e conseguem o máximo possível da felicidade. Elas conseguem dar o sorriso mais sincero, o abraço mais honesto. Já sofreram e ainda sofrem às vezes e por isso mesmo carregam esse simples sorriso, com a força e a coragem de quem é capaz de enfrentar vários obstáculos para ter apenas o que precisam: uma vida simples. Ah, como eu os admiro!
É inexplicável a sensação de sair galopando em cima de um cavalo, você e o animal transformam-se em um só, não há dominação, ele é livre, você é livre, livres para voar pelo mundo, livres de qualquer pensamento que impeça a total proliferação de todas as sensações possíveis de se experimentar. É todo um ritual desde o momento em que você conhece o cavalo, olha em seus olhos, passa a mão em sua crina, coloca o cabresto e a cela, então finalmente monta, no começo ainda meio hesitante, mas após adquirir confiança no animal e ele em você, estão prontos para tentar algo um pouco mais intensa: galopar. E vocês correm, correm e correm, até perderem o fôlego - você está montada nele mas consegue sentir o esforço do animal em seu próprio corpo -, então vocês param e você se agarra ao pescoço do animal, rindo, cantando, ou mesmo sem dizer nada. Vocês conversam como velhos amigos. Durante o caminho de volta, você é outra pessoa, mais leve, mais feliz até. Então vocês chegam suados, você retira a cela e o cabresto, vocês bebem da mesma água, você conversa um pouco mais com seu cavalo e depois ele decide partir para comer um pouco e descansar. Você ainda fica ali durante um tempo, observando aquele magnífico animal se afastar, consciente de que ele pôde entender cada palavra, cada gesto, cada respiração sua e de que você também pôde compreendê-lo durante o tempo em que estiveram juntos. É uma experiência única, acreditem.
Mas o final de semana acaba. De volta à São Paulo. Trago comigo a renovação que só é possível quando saímos totalmente do caos da cidade. Cidade que amo, apesar de todos os seus -nossos- defeitos.
domingo, 21 de setembro de 2008
free me
Postado por June às 20:15
Marcadores: a vida imita a arte, meio ambiente
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